Velho do Farol

Porque sim.

Velho do Farol

28 de janeiro de 2007

Uma foto. Uma música.

Foto de Rebekka Gudleifsdóttir

Rebekka Gudleifsdóttir é da Islândia e fotografa coisas comuns como se fizessem parte de um conto de fadas.

E o Arcade Fire... é a melhor banda de rock do mundo. Seu segundo álbum emociona até árvore seca.



(não é possível escutar a música pelo feed)

OCEAN OF NOISE

Ocean of noise
I first heard your voice
Ring like a bell
As if I had a choice, oh well

Left in the morning
While you were fast asleep
To an ocean of violence
A world of empty streets

You've got your reasons
And me, I've got mine
But all the reasons I gave
Were just lies
To buy yourself some time

An ocean of noise
I first heard your voice
Now who here among us
Still believes in choice?
Not I

No way of knowing
What any men will do
An ocean of violence
Between me and you

And can we work it out?
It's time to work it out
Gonna work it out

por Marcus Pessoa, às 18:49 -

16 de janeiro de 2007

A Rainha

A Rainha

Sabe aqueles filmes de cavalaria, que penetram na intimidade dos reis, rainhas e nobres, para mostrar o lado humano dos personagens históricos? A Rainha, de Stephen Frears, é um deles, com a diferença que os personagens ainda estão bem vivos e continuam até hoje nos mesmos cargos.

O filme estréia no Brasil em 9 de fevereiro, já deu o Globo de Ouro a Helen Mirren e deve colecionar na semana que vem várias indicações ao Oscar.

O núcleo da história são os sete dias entre a morte e os funerais da princesa Diana, e a relação atribulada entre a rainha Elizabeth I e o recém-eleito primeiro-ministro trabalhista Tony Blair.

Como se sabe, Elizabeth odiava Diana e resistiu o quanto pôde a transformar sua morte numa questão de Estado, pois Diana não era mais a Princesa de Gales. A rainha recolheu-se à sua casa de campo e não deu qualquer satisfação ao povo que chorava e se despedia da mais popular integrante da realeza.

Nas mãos de um diretor qualquer, teríamos um filme medíocre, mas com Stephen Frears vemos um delicado estudo psicológico -- com profusos momentos de comédia, proporcionados pelo choque cultural entre a conservadora família real e seus súditos plebeus (representados por Tony Blair, sua esposa e a equipe de governo).

O que é mais gratificante no favoritismo de Mirren ao Oscar de melhor atriz é que sua performance não é espetaculosa nem tem qualquer exagero. É um trabalho cheio de sutilezas em um papel de grande profundidade.

Apesar de trabalhar com uma história real envolvendo pessoas públicas, Frears construiu livremente os personagens, dando-lhes um aspecto tridimensional que seria impossível de captar apenas a partir de fatos conhecidos.

Assim, Tony Blair é ora um hábil estrategista político, ora um paspalho bajulador. Igualmente, Elizabeth I se mostra ora confusa sobre seu papel como chefe de Estado, ora tomada de uma cáustica lucidez.

Não há nem sinal daquela emoção apelativa tão comum em "filmes de Oscar". É um trabalho sóbrio, mas que deixa o espectador com um sorriso bobo no rosto...

por Marcus Pessoa, às 18:46 -

9 de janeiro de 2007

Teu inglês

[atualizado] Por mais que o Klein diga que se trata de uma questão de cidadania comentar o caso Vacarelli, eu já me sinto contemplado pelo post dele e os do Cardoso, Solon, Phelipe, Mary, Träsel, Cam e Inagaki. Abram os links e terão tudo o que precisam. Se eu fosse dizer o que realmente penso, iria desagradar às minhas amigas feministas com argumentos politicamente incorretíssimos.

Por outro lado, fico feliz que a burrice de todos os envolvidos nesse episódio vai se voltar contra eles, num repúdio veemente dos usuários de internet brasileiros. Parabéns, Vacarelli, você acabou de perder milhares de reais em cachês e patrocínios. É a verdadeira vingança dos nerds.

Fellini

Mudando de assunto: descobri uma fonte com dezenas de discos fundamentais do rock brasileiro dos anos 80, e estou há dias me deliciando com coisas que eu não escutava desde que comprei meu primeiro aparelho de som só com CD, lá por volta de 1993.

(É, eu tenho essas maluquices, do tipo dar toda a minha coleção de discos de vinil para os meus amigos. Praticar o desapego é exercício fundamental pra eu não pirar de vez em quando).

Assim que eu desbravar mais o tesouro, vou passar o mapa da mina pra vocês. A música abaixo, da banda Fellini, é uma das mais bonitas daquela época. Cadão Volpato é um grande letrista, e essa música é tudo o que eu preciso pra entender o senso de inadequação e perda que sentem algumas pessoas longe de casa.

Tenho uma prima muito querida que está batalhando a sobrevivência na Inglaterra, depois de várias tentativas frustradas aqui no Brasil. Ela poderia ter ido ao Japão apertar parafusos, feito um bom dinheiro e voltado, mas não, ela não quer viver em guetos, quer fazer parte do lugar onde está. Ela sonha com uma sociedade realmente multicultural.

OK, minha linda, mas se as coisas não forem exatamente assim, se não estiver dando certo, escute o que eu digo. Please, come back.


(não é possível escutar a música pelo feed)

TEU INGLÊS

Washington acha engraçado o teu inglês?
Please, come back

Se o mundo explodir em pedaços outra vez
Please, come back

Eu só vejo o Oeste selvagem na TV
Please, come back

E passeio no aeroporto sem ninguém
Please, come back

PS: o principal parceiro de Volpato no Fellini, Thomas Pappon, formou depois a banda The Gilbertos, citada neste post.

Atualização: a Ciscarelli falou ao Jornal da Globo de hoje dizendo que não apóia a censura, e que o processo foi movido pelo homem-samamb... ops, pelo namorado dela. Mentirosa. O Cardoso revelou que ela está sim se enganou dizendo que ela estava entre os autores do processo (via Papel Pop).

por Marcus Pessoa, às 19:35 -

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