Velho do Farol

Porque sim.

Velho do Farol

24 de novembro de 2004

Um grilo falante para Lula

Matéria publicada na edição de hoje do Observatório da Imprensa joga luz sobre um personagem um tanto "exótico" no organograma do governo federal: um jornalista pago para mostrar ao governo o que não vai bem.

"Um dos aspectos mais originais do governo (...) foi a nomeação de um assessor especial para ler os jornais e revistas e, partindo desta leitura, fazer diariamente uma resenha crítica qualificada da conjuntura política e econômica, apontando ali os erros e acertos do governo. O homem com carta branca para malhar o governo dentro do governo é o experiente jornalista Bernardo Kucinski, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Colaborador antigo do atual presidente, Kucinski fazia este trabalho muito antes de Lula chegar ao poder e até já publicou um livro reunindo as suas Cartas Ácidas, como chamou as mensagens que enviava, também diariamente, ao então candidato a presidente durante a campanha de 1998.

Desde o início do governo petista, o professor acorda cedo (às 5h30), lê os grandes jornais brasileiros e escreve suas análises – uma espécie de contraponto ao que os áulicos palacianos fazem chegar aos ouvidos do presidente. Pode parecer bizarro, mas Lula paga um assessor para lhe advertir sobre o que está indo mal em sua administração".

O autor da matéria, Luiz Antonio Magalhães, conta o vazamento de um de seus boletins (rebatizados "Cartas Críticas"), que desencadeou (ou apenas escancarou) uma crise no primeiro escalão, e faz algumas correções a notícias publicadas a esse respeito na Folha de S. Paulo e no Globo.

A matéria me chamou a atenção porque eu era leitor assíduo das Cartas Ácidas, e não tinha a menor idéia de que o trabalho que Kucinski desenvolve no governo é praticamente idêntico ao que fazia fora - uma espécie de "grilo falante" do poder, a "consciência" que chama a atenção para os erros e a necessidade de corrigi-los. Registre-se que o assunto já tinha sido publicado na Folha Online quando houve o primeiro vazamento de um dos boletins.

O site Agência Carta Maior tem um arquivo de Cartas Ácidas anteriores à entrada de Bernardo Kucinski no governo. Basta ir ao último artigo publicado e escolher no rodapé da página os artigos anteriores. Um que recomendo particularmente é a análise de como a revista Veja "escondeu" o caso Suzane Richthofen.

por Marcus Pessoa, às 03:15 -

18 de novembro de 2004

A internet vista com novos olhos



Agora é pra valer. Depois de várias versões de teste, foi lançada hoje a versão 1.0 (final) em português do Firefox, uma alternativa leve, rápida e segura ao Internet Explorer.

Cerca de 20% dos visitantes do Velho do Farol já usam alguma versão do Firefox ou de seus navegadores-irmãos, Mozilla e Netscape. Se você é um deles, pode baixar agora a versão 1.0 final. Se não o conhece, saiba por que ele é a melhor opção para navegar na internet.

Monopólio nocivo

Mais de 90% dos usuários da internet usam o Internet Explorer, navegador da Microsoft que já vem instalado no Windows. Isso foi resultado de uma política agressiva da empresa contra o Netscape Navigator, que era o preferido na época do primeiro boom da internet, em 1995.

O Netscape, além de concorrer com um programa que já vinha no sistema operacional, ficou, lá pelos idos de 1998, para trás em relação à qualidade. O resultado foi que a Microsoft "ganhou a guerra", mas sentou sobre os louros da vitória: desde então, o IE pouco evoluiu, tanto na interface quanto em agregar novos recursos que surgiram na rede.

A versão atual do programa (6.0 SP-1) não é muito diferente, na essência, da versão 4.0, lançada há longos seis anos. E tudo indica que vai continuar assim: a Microsoft desmontou a equipe de desenvolvimento do navegador, que só será atualizado quando for lançada a nova versão do Windows, codinome Longhorn... que só verá a luz entre 2005 e 2007...

O principal problema é a segurança: o IE é um queijo suíço, não só porque tem falhas gravíssimas que podem ser aproveitadas por hackers, como também porque usa tecnologias intrinsecamente inseguras como ActiveX e VBScript, exclusivas da Microsoft.

Mesmo que isso seja grego pra você, qualquer um que não tem muito conhecimento em informática e usa o computador "apenas para navegar" já passou pela situação de pegar vírus apenas por entrar em certas páginas, ou então instalar sem querer programas que mudam a página inicial e colocam barras de ferramentas não solicitadas. Provavelmente já visitou sites que abrem milhões de janelas não desejadas, que mesmo se forem fechadas abrem de novo, tornando impossível a navegação... isso é culpa do Internet Explorer, não da rede em si.

Outra praga são os sites "feitos apenas para IE". A "língua franca" da internet (o HTML) tem padrões que permitem que uma página seja vista corretamente por qualquer navegador. Mas a Microsoft criou códigos que só são visualizados no IE, viciando as pessoas num monopólio que só interessa a ela mesma. A internet desde seu nascimento foi criada com padrões abertos, mas a Microsoft trata a rede como se fosse propriedade sua.

Isso tudo pode acabar, se os usuários não se contentarem com pouco e abraçarem alternativas a esse navegador inseguro, antiquado e de parcos recursos. O Firefox é uma realização da Fundação Mozilla, apoiada pela Netscape e várias empresas importantes, e que pretende resgatar o espírito original da internet, sem monopólios, com padrões abertos, e torná-la um lugar menos inóspito para navegar. É urgente redescobrir a internet, vê-la com novos olhos, e o Firefox tem todas as credenciais para isso.

Por que usar o Firefox (ou, coisas que o IE não faz por você)

Navegação em abas: o Firefox maximiza a experiência de navegar, através do recurso das abas. Em vez de abrir várias janelas do navegador, simplesmente abra várias páginas na mesma janela. A barra de abas permite um acesso fácil e rápido a qualquer das páginas carregadas, com apenas um clique. Eu, por exemplo, gosto de ficar lendo uma página enquanto outras são baixadas em segundo plano (bastando pressionar a tecla Ctrl ao clicar no link).

Bloqueador de janelas "pop-up": impeça que sites mal-comportados abram dezenas de janelas na sua frente, bloqueando sua navegação. O Firefox só deixa abrir janelas nos sites que você confia e autoriza. Também impede outras "traquinagens" de alguns sites, como mover e redimensionar janelas à vontade, desativar o clique com o botão direito de mouse, e modificar o texto da barra de status. Para bloquear pop-ups no IE, são necessários programas externos, ou uma atualização de dezenas de megabytes que só funciona no Windows XP...

Temas: personalize a aparência do programa, usando os temas, que permitem modificar qualquer coisa: cores, ícones, estilos de barras e caixas de diálogos... enfim, faça o Firefox ter a sua cara. Vários artistas estão sempre criando novos temas, e o site Mozilla Update permite escolher entre as várias opções. Eu uso o tema Phoenity, com ícones leves e funcionais, mas existem vários bem populares, como o GrayModern e o Noia Lite.

Extensões: o Firefox é um programa leve e com muitos recursos... mas não é suficiente? Quer alguma funcionalidade a mais? Então instale extensões, programinhas integrados ao navegador para desenvolver as mais variadas tarefas. Quer eliminar os banners chatos de propaganda? AdBlock. Redirecionar os cliques em endereços de e-mail para um webmail? WebMail Compose. Controlar o tocador de MP3 sem tirar os olhos da navegação? FoxyTunes, que adiciona simpáticos botões na barra de status. Todos esses recursos e dezenas de outros mais também podem ser encontrados na seção própria do Mozilla Update.

Suporte a RSS: o tecnologia RSS é uma forma moderna de se manter atualizado sobre o que sai publicado em seus sites e blogs preferidos. Ao invés de visitar manualmente cada site, apenas "assine" o "índice" (feed) de notícias do site, e saiba rapidamente das novidades. A Folha Online e a Agência Estado já aderiram à novidade, e o Firefox tem o exclusivo recurso LiveBookmarks ("favoritos dinâmicos" na tradução), que permite assinar o feed através de um prático ícone na própria barra de status. A extensão LiveLines conecta esse ícone ao Bloglines, o melhor serviço de leitura de feeds via web.

O Firefox já teve mais de quatro milhões e meio de downloads em menos de dez dias, e a comunidade de apoiadores já arrecadou 250 mil dólares para publicar anúncios de página inteira no New York Times, anunciando para o grande público a novidade. Tudo indica que a "monocultura" na web está com os dias contados...

por Marcus Pessoa, às 21:36 -

11 de novembro de 2004

Yasser Arafat (1929 - 2004)

A morte do líder palestino Yasser Arafat, ocorrida essa madrugada, provocou em mim sentimentos contraditórios.

De um lado, eu pensava no líder militar e político incansável, que resistiu ao poder bélico de Israel, uniu o povo palestino na luta por liberdade, promoveu a implantação de um Estado laico em pleno Oriente Médio fustigado pelo fundamentalismo islâmico, amealhou apoios no mundo inteiro para a causa palestina, e que em certo momento depôs as armas para discutir a paz.

Por outro lado, como bem explica o Nuno Guerreiro, ele era "um ditador corrupto que acumulou uma fortuna incomensurável; que pagava uma mesada de 150 mil euros mensais à sua mulher, em Paris, ao mesmo tempo que o seu povo continuava a viver na miséria, em Gaza e na Cisjordânia; que usava os fundos que desviou para comprar influências e manter o poder; que fingiu querer a paz para a rejeitar repetidamente cada vez que ela se aproximava".

(Parêntese: o blog do Nuno, Rua da Judiaria, é um dos melhores do mundo em língua portuguesa, e não pode faltar nos favoritos de ninguém. O autor se filia à centro-esquerda democrática e pacifista, quebrando o estereótipo, muito popular aqui no Brasil, de que os judeus apóiam em massa as barbaridades praticadas por Ariel Sharon e companhia).

Para além das falhas de caráter de Arafat, o que me deixou profundamente incomodado há algum tempo foi um fato que não foi suficientemente destrinchado pela imprensa brasileira: de que, após os acordos preliminares de Oslo, negociados entre Arafat e Ytzhak Rabin em 1993, e de várias marchas e contra-marchas no processo de paz, houve uma possibilidade real de um acordo definitivo entre os dois povos, patrocinado por Bill Clinton no histórico encontro de Camp David, em 2000. E o principal culpado pelo acordo não sair foi, adivinhem quem.

Israel ofereceu a possibilidade de um Estado palestino, o controle de 95% da Cisjordânia e de toda a Faixa de Gaza, e algo que parecia impensável àquela altura: uma administração semi-autônoma, palestina, sobre parte de Jerusalém Oriental. Arafat bateu o pé numa exigência, até certo ponto justa, mas que nunca seria aceita: o direito de retorno dos refugiados palestinos, expulsos do território israelense pelo exército do país em 1948, na primeira guerra entre Israel e os países árabes.

Existe um princípio não-escrito de acordos pós-guerra, que diz que não é possível se exigir que o panorama político-militar e territorial volte a ser como antes dela eclodir. A expulsão dos palestinos há quase meio século é um fato consumado, e imaginar que Israel aceitaria o retorno de milhões deles, alterando brutalmente a configuração demográfica do país, é apostar, na prática, no fracasso das negociações. Foi exatamente nisso que Arafat e os radicais da Autoridade Palestina apostaram.

Com isso, Arafat se "queimou" feio como interlocutor, perante os moderados e progressistas de Israel. A leniência da Autoridade Palestina perante os grupos terroristas que explodiam bombas contra civis de Israel só fez piorar as coisas. A espiral de violência se tornou incontrolável, e agora vai ser preciso recomeçar o processo de paz literalmente do zero.

Algumas pessoas já o desqualificam de pronto por ter se envolvido em atividades terroristas durante várias décadas. Eu não acho isso tão terrível assim; se ele tivesse realmente parado com elas para fazer a paz, poderia tornar-se uma figura respeitável como o senador argelino Saadi Yacef, que também promoveu o terrorismo (contra os colonizadores franceses na Argélia), mas depois integrou-se à vida política, tornando-se hoje um defensor da frágil democracia argelina contra o assédio do fundamentalismo islâmico. Mas Arafat não; ele teve mão de ferro suficiente para impedir qualquer liderança alternativa a ele mesmo, mas não a teve para reprimir as células terroristas de sua própria organização, a Fatah, mesmo depois de, teoricamente, abrir mão do terrorismo e do desejo de destruir Israel.

Aparentemente, a possível ascensão de Ahmed Korei e Mahmoud Abbas (conhecido com Abu Mazen) à liderança palestina pode ajudar a destravar o processo de paz. Ambos são políticos moderados e podem negociar com mais pragmatismo perante Sharon, que, de uma forma ou de outra, tem se mostrado preocupado com a manutenção do impasse. O Nuno defende que Sharon deixe o governo, para se começar um diálogo em bases totalmente novas. Mas isso são apenas conjecturas. A situação continua tão difícil como sempre esteve.

por Marcus Pessoa, às 17:41 -

8 de novembro de 2004

Um país dividido

Uma amiga me pediu para fazer uma análise da vitória de Bush nas eleições americanas. Confesso que não tenho nada de novo a dizer, então publico trechos selecionados das melhores análises que li.

Não se contentem com eles, cliquem nos links e leiam os textos completos.

Rafael Galvão, em texto escrito antes da eleição:

"Até as eleições de 2000 havia apenas a rivalidade normal entre republicanos e democratas. Admitia-se a diferença ideológica porque ela não era mais importante que o business as usual. O que quer dizer que você podia ser democrata, mas se um republicano ganhasse, tudo bem, a vida é assim mesmo. (...) Mas nesses últimos dois anos Bush conseguiu o privilégio de deixar os Estados Unidos tão ou mais divididos quanto nos anos 60. Provavelmente mais, mais até que durante a época do New Deal. Em termos de divisão, só perde para os Estados Unidos que precederam a Guerra de Secessão. E a isso soma-se o ter justificado o anti-americanismo latente em todo o mundo, tornando a vida de seus cidadãos muito mais difícil".

Nemo Nox explica algumas peculiaridades "semânticas":

"O cenário político estadunidense é tão inclinado para a direita que até a nomenclatura engana. Os chamados 'conservadores' são na verdade reacionários, pois não pretendem conservar coisa alguma, pelo contrário, querem voltar a valores do passado. Já os chamados 'liberais' são na verdade conservadores, tentando manter, com algumas melhoras, o status quo. Grupos mais progressistas ou mais liberais nem entram na corrida eleitoral e são freqüentemente acusados de extremismo pelos extremistas do outro extremo".

Nuno Guerreiro, cidadão português morando nos EUA, faz uma análise precisa da estratégia republicana:

"A estratégia da campanha de reeleição de George W. Bush foi traçada ao milímetro por Karl Rove (...), [que] acreditava que Bush só podia ganhar se a base ultraconservadora do partido – composta majoritariamente por cristãos evangélicos – fosse votar. E para isso era necessário motivá-los. Ainda antes da campanha começar, Bush faria isso mesmo ao propor uma emenda constitucional para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, sabendo de antemão que tal nunca passaria no Senado devido ao complexo processo de revisão constitucional. Mas não era uma emenda na Constituição que ele pretendia – Bush falava ao eleitorado ultraconservador. Mostrava-se como seu defensor. Como o defensor dos 'valores morais tradicionais'.

(...) George W. Bush é uma figura polarizadora. Os ódios que gera à esquerda levaram um grande número de novos eleitores às urnas. Os democratas acreditavam que esta afluência recorde seria suficiente para o derrotar. Mas a estratégia de Rove, ao apelar aos medos mais recônditos da 'América profunda' (...), não só anulou a pretensa vantagem do Partido Democrata como a suplantou em estados chave, como a Florida e o Ohio. (...) Quando interrogados sobre a sua principal preocupação actual, a fatia maior do eleitorado respondeu serem os 'valores morais'. Não o terrorismo, nem o Iraque, nem sequer a economia ou o desemprego. Os 'valores morais'."

Leila Couceiro, brasileira, também morando nos EUA, conta um episódio pessoal para falar de uma outra América:

"A América não é só os brancos obesos do Texas ou da Flórida, os racistas saudosos dos anos 50 ou ignorantes que só assistem à Fox News. Tem muita gente preocupada e sensível com o que acontece no mundo, gente querendo preservar o meio ambiente e preocupada em alimentar seus filhos com alimentos frescos e livres de agrotóxicos, gente que não discrimina quem usa tatuagem, piercing, ou casa com pessoas de diferentes raças ou do mesmo sexo. Essas pessoas, que não têm medo de mostrar o que são, de viver livremente, de lutar para melhorar a sociedade, são e sempre foram a vanguarda responsável pelas revoluções culturais que mudaram o país e todo o mundo ocidental para melhor".

Ricky Goodwin, cidadão norte-americano, analisa o mapa eleitoral:

"A divisão entre estados democratas e republicanas (...) é exatamente a mesma da Guerra Civil Americana entre 1860 e 1865. Os estados da União (cuja cor era o azul) são estes pintados em azul no mapa eleitoral. Os Confederados e seus aliados são estes agora republicanos. A União de Lincoln (que era inclusive republicano) era estes estados no Norte e das costas Leste e Oeste. (...) São dois países profundamente cindidos e com enormes diferenças entre si. Deveriam ter se separado naquela época. Mantidos à força, conseguiram conviver em alguns momentos (principalmente durante as grandes e algumas pequenas guerras), mas podem estar se acentuando disparidades inconciliáveis".

Alexandre Cruz Almeida faz previsões sombrias para os próximos quatro anos:

"Bush assumiu o primeiro mandato se dizendo 'o presidente da integração'. Deu no que deu. Agora, tem otimistas dizendo que no segundo mandato ele vai ser mais contemporizador, que vai buscar mais apoio, que vai lavar as mãos antes das refeições, essas besteiras. Acordem, Pollyanas! Tradicionalmente, no primeiro mandato, os presidentes governam pensando na reeleição; no segundo, na História. Bush nunca mais vai ser Presidente. Não vai haver reeleição pra ele. Agora é a hora em que ele vai colocar em prática, de verdade, sem freios, seu projeto pessoal para os Estados Unidos e para o mundo".

Por fim, Pedro Doria, que vê problemas para o presidente reeleito:

"Nos próximos quatro anos, George W. Bush terá pelo menos um problema grande: o Iraque. As coisas vão piorar – vêm piorando paulatinamente – e seu governo não tem qualquer credibilidade no Oriente Médio. A tendência vem sendo de incremento da resistência no país. Os EUA precisarão de mais soldados – mas o que ocorre é que os países aliados estão cada vez mais pressionados internamente para retirar as parcas tropas que têm. O resultado: já que o exército norte-americano está no limite, precisará instituir alguma forma de alistamento obrigatório.

Acontece que uma das principais promessas de Bush durante a corrida eleitoral é a de que não haverá alistamento obrigatório. Como resolver o imbróglio do Iraque sem mais soldados será um desafio talvez insolúvel. Perante um alistamento obrigatório, aí sim, o Iraque pode virar um Vietnã – periga 2008, ano da próxima eleição, virar uma reprise de 1968, com os jovens na rua protestando. Mas estas são conjecturas".

por Marcus Pessoa, às 03:45 -

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