Velho do Farol

Porque sim.

Velho do Farol

29 de setembro de 2005

Encerrando qualquer polêmica

Uma amiga que não vou citar o nome ficou com raiva de mim por causa de um post onde eu criticava os Wunderblogs. Ela é amiga de vários deles e tirou o link para o Velho do Farol. Bem, já fizemos as pazes, de qualquer forma.

Eu sinceramente não achava que meu post fosse causar muita celeuma, afinal o meu blog tem audiência baixa e eu falava basicamente para os meus amigos de esquerda. Dei os links por uma questão de etiqueta. Por causa da polêmica que houve, e que foi um pouco anterior a outra ainda maior, envolvendo um post com um piadinha racial, quero esclarecer algumas coisas.

1. Os Wunderblogs não são nem de longe o supra-sumo do que descrevi como a direita raivosa da internet. Eles são apenas, entre os blogs conservadores e/ou de direita, os que têm mais audiência (inclusive a minha). Errei ao citá-los como principal exemplo. Se tivesse ficado apenas com Jorge Nobre e gente do naipe dele, o texto estaria mais focado.

2. Minha crítica principal era em relação a Olavo de Carvalho. Meu sangue subiu e meu destempero se revelou quando transferi a raiva que senti por aquele texto odioso, para aqueles que de uma forma ou de outra o têm como referência. Sei que Olavo tem uma obra filosófica (pela qual não tenho o mínimo interesse) que deve agradar a alguns, como aliás explicou o Mercuccio quando respondeu ao meu post.

3. Vários wunderbloggers reagiram com fairplay às críticas que receberam, e entre eles cito, além do Mercuccio, o Tiezzi, o Filthy McNasty e, concordem ou não, o Alexandre Soares Silva. Ele interpretou errado o meu segundo post, mas disse que a resposta era genérica e não pretendia me ofender. Por outro lado, acho que o argumento de que são vítimas de "patrulha" é um tanto gasto, e acho que fecham os olhos para gente bárbara que vai defendê-los em caixas de comentários com grosserias inqualificáveis. Se eu tivesse apoiadores como esses, já teria dado uma boa descompustura -- coisa que os wunder nunca fizeram.

4. Eu até poderia continuar a polêmica, mesmo que em bases menos emocionais, mas me convenci nesses dias que não ganho nada com isso. No fundo, no fundo, a política não me interessa muito; apenas é mais fácil falar sobre ela, ter opiniões sobre ela. O que chamam de "politicamente correto" eu chamo apenas de bom senso: está ao alcance de todos, e aqueles que investem contra ele o fazem, via de regra, apenas para se diferenciar e de certa forma "criar um personagem". Eu sei que muita gente nos blogs passa uma imagem de si mesmos que não é verdadeira.

Eu larguei o curso de jornalismo porque achava aquilo um saco, e criei esse blog com a intenção original de aprimorar minhas elipses e falar de coisas próximas a mim, das minhas sinapses cotidianas. Lembro perfeitamente de um post inspirador do Rafael Galvão onde ele falava de sua experiência de montar cavalos, e pensei: "é isso, tenho que falar de coisas às quais eu acrescente algo, e não achismos sobre os assuntos da moda". Acabei me desviando miseravelmente da intenção original.

Eu ia passar algumas semanas numa casa de repouso para tratar minha depressão (falo sobre isso mais tarde), o que acabou não acontecendo. Mas as decisões que acompanhariam esse interregno (parar de brigar na net, parar de ver TV e ler jornais, ler mais livros e menos blogs, mudar o foco do Velho do Farol) estão de pé, e brevemente os leitores notarão isso. Eu precisava escrever mais esse longo e chato texto para explicar isso e encerrar de vez as polêmicas.

por Marcus Pessoa, às 12:51 -

20 de setembro de 2005

Conhecemos um lugar



...onde ninguém precisa nos achar. Onde as coisas não são como são. Onde a música não deixou de ter alma. Um lugar especial, de fato. É onde me sinto quando escuto o Arcade Fire. Uns faroleiros de Dionísio, isso sim. Uns loucos.

Essa música é uma das que mais gosto. É do primeiro EP, de 2003. Clique para ouvir.

NO CARS GO
The Arcade Fire (mirror)

The Arcade FireWe know a place where no planes go
We know a place where no ships go

(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know

We know a place no space ships go
We know a place where no subs go

(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know

(Hey!)
(Hey!)
(Cars go!)

(Hey!) Us kids know
(Hey!) No cars go
Where we know

Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream

I don't want any pushing, and I don't want any shoving.
We're gonna do this in an orderly

Manner. Women and children! Women and children!
Women and children, let's go!
Old folks, let's go!

* * * * * * * *

E eu não vou ver o show, mas um amigo vai ver e fazer uma resenha. Devo publicá-la aqui.

por Marcus Pessoa, às 15:55 -

14 de setembro de 2005

Google Blog Search

Google Blog SearchO Google não pára de lançar novos serviços. O mais recente é o Google Blog Search, que pesquisa os assuntos apenas no conteúdo de blogs. O recurso está disponível através do próprio Google, do Blogger e na barra de navegação dos blogs hospedados no Blogspot -- reparem nesse botãozinho novo aí em cima, "Search All Blogs".

A "versão Blogger" da busca tem um recurso ausente na versão Google: na busca avançada, é possível pesquisar posts que se referenciem a uma determinada URL -- o que é útil para saber quem é que está linkando para o seu blog. Esse recurso existe há tempos no Technorati, mais tradicional sistema de buscas em blogs até o momento. O número de respostas do Google Blog Search, inclusive, ainda está bem abaixo do Technorati -- mas tudo indica que isso vai mudar.

(via Google Underground e Viu Isso?)

por Marcus Pessoa, às 14:05 -

Bons e maus sentimentos

O blog For the Masses fez uma interessante contestação à minha crítica aos "maus sentimentos" expostos em blogs de direita:

"Blogueiros pensam que externar a dor no seu próprio blog é uma atitude pia, digna de louvor? Mostrar bom sentimentos é natural, portanto tedioso e nada louvável".

Concordo. Nem me passa pela cabeça considerar que externar a dor pelo sentimento alheio ou bons sentimentos é algo digno de louvor. É algo comum e natural, como ele diz.

Na verdade, dependendo do contexto, essa expressão de bons sentimentos é falsa. Lembro de uma passagem do romance "A Brincadeira", de Milan Kundera, onde o protagonista desdenha dos diários de um herói comunista tcheco que, preso por uma ditadura ou coisa que o valha, escreveu furiosas palavras contra os seus algozes, que o povo interpretou como palavras heróicas de alguém que sabia que iria morrer supliciado.

O autor, pela voz de seu personagem, questionava o suposto heroísmo. Ele achava que o verdadeiro herói não escreveria sobre seus sentimentos para depois contrabandear os escritos para fora da prisão. Essa atitude estava mais destinada a buscar uma glória, mesmo que póstuma. O verdadeiro herói ficaria só com seus sentimentos, buscaria apenas neles a redenção pela sua situação.

O blog já citado arremata com uma boa provocação:

"Todos somos bons no dia-a-dia, sabemos. À nossa presença, até um espirro é digno de compaixão. Pois bem: não podemos ser um pouco maus aqui, só para variar? Não podemos silenciar, altissonantes, à barbárie ou ao sofrimento alheio, qualquer que seja? Dito isso, quando ser mau se tornar uma 'atitude' –- e talvez o caso esteja próximo --, voltemos a ser bonzinhos. E segue o ciclo. Se não, fica tudo meio monótono".

Infelizmente, eu acho que ser "mau" já se tornou uma atitude da moda há muito tempo...

por Marcus Pessoa, às 04:20 -

13 de setembro de 2005

Crítica certeira

"O PT significou o auge das qualidades de nossas esquerdas. E dos seus defeitos também. Sua marca registrada foi a dedicação à tarefa transformadora, com uma modernização até então inédita na esquerda brasileira. Em contraposição, apropriou-se da verdade política, como se não houvesse inteligência nem salvação fora do PT. A arrogância tornou-se, muitas vezes, um traço comum em todas as suas correntes. Tendeu-se a uma seita de eleitos, com dogmas, profetas e um Messias: Lula. A presunção de modernidade levou o petismo a cooptar os movimentos sociais, dentro do sonho bolchevique de partido único que atualiza os anseios populares. Assim, núcleos de luta social não partidária perderam autonomia e se tornaram reféns do PT. Mais: com o PT no poder, a confusão entre governo e partido inaugurou um novo tipo de peleguismo. Antigos militantes, agora empregados das gestões petistas, passaram a defender o partido-patrão para garantir seu salário".

Apesar de tudo, João Silvério Trevisan ainda tem esperança no Brasil. Leia o artigo completo no blog 2006 a 3

por Marcus Pessoa, às 17:35 -

11 de setembro de 2005

O passageiro

Esse é um post antigo que eu decidi republicar, porque só agora achei a música pra colocar aqui. A história começou num post do Pedro Doria (que não tem permalinks nem arquivos), onde ele citava uma "receita" para criar um planeta parecido com a Terra. Onde pudesse um dia haver vida inteligente.

Nos comentários alguém perguntou se isso ("vida inteligente") existe mesmo aqui, em nosso planeta. O que me fez lembrar de uma música da banda paranaense Vadeco e os Astronautas:

O PASSAGEIRO

Desce da lata o passageiro, ofuscado com a luz que ilumina a Terra
Falando em trégua entre a raça humana
Que tão mundana troca tiro, vende vida, compra condecoração

O Dia em que a Terra ParouE face a face o passageiro envolve mês
Assim como serpente suga muita informação
E a conclusão é que essa raça humana,
De tão mundana troca tiro com convicção

Então...
Me diga, passageiro, se há conexão
Entre os povos dessa nova civilização,
Por que não deixar de lado graça, busca ou raça,
tropa, crença, dogma ou religião?

* * * * * * * *

A música é ótima, e muito adequada para os tempos que vivemos. Clique no título para ouvir. Essa banda faz uma boa mistura de rock, trip hop e MPB, e tem algumas músicas disponíveis no site Trama Virtual.

por Marcus Pessoa, às 23:38 -

10 de setembro de 2005

Truculência na Rua Augusta

Uma amiga que trabalha numa livraria da Rua Augusta, em São Paulo, me informa de um acontecimento absurdo: na tarde do dia 7 de setembro, a Guarda Civil Metropolitana passou por lá, apreendeu livros que são tradicionalmente vendidos em banquinhas na rua e prendeu um dos livreiros que os estava expondo.

Os guardas disseram que "cumpriam ordens". A Guarda é subordinada ao prefeito de São Paulo, José Serra, e a área da Augusta é de responsabilidade do subprefeito da Sé, Andreas Matarazzo. O livreiro estava com sua barraca montada próxima ao Espaço Unibanco de Cinema, e os freqüentadores presentes tentaram interceder para impedir a apreensão e a prisão, o que foi inútil.

A exposição e venda de livros nos finais de semana e feriados é feita há bastante tempo na área, e os livreiros têm um público fiel. A truculência dos milicianos deixou revoltados os que trabalham e freqüentam a rua. Um ato público de protesto está programado para o dia 17 de setembro próximo, das 17 às 19 horas, no Espaço Unibanco.

O que dizer de um país onde vender livros pode dar cadeia?

por Marcus Pessoa, às 23:31 -

9 de setembro de 2005

My precious

Depeche Mode

Nada não. Só o fato de que o Depeche Mode está pra lançar disco novo, Playing the Angel. O primeiro single é esse aí embaixo, Precious.

O Depeche é a maior banda de technopop do mundo. Sou fã de longa data, mas os últimos discos foram muito assim-assim. Essa música nova eu gostei. Popinha, bacana, pedindo mil remixes (que por sinal, também já vazaram na net). Clique no título para ouvir.

PRECIOUS
(Depeche Mode)

Precious and fragile things
Need special handling
My God what have we done to You?

We always try to share
The tenderest of care
Now look what we have put You through

Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give

Angels with silver wings
Shouldn't know suffering
I wish I could take the pain for you

If God has a master plan
That only He understands
I hope it's your eyes He's seeing through

Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give

I pray you learn to trust
Have faith in both of us
And keep room in your hearts for two

Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give

por Marcus Pessoa, às 08:16 -

6 de setembro de 2005

O furacão e a insensatez

Minha desatenção para o noticiário é enorme, e se não houvesse dois blogueiros amigos meus que moram em New Orleans, talvez eu não desse atenção à tragédia do furacão Katrina. Mas os relatos do Alex, a situação aflitiva que ele viveu por ter deixado seu cachorrinho Oliver em casa, e o trabalho extraordinário do Idelber, cujo blog serviu como "centro de informações" do pessoal da Universidade de Tulane, mudaram totalmente a questão. Fiquei aflito acompanhando as notícias, e a angústia foi grande no dia em que soubemos do rompimento dos diques e da inundação de toda a cidade.

O debate sobre as responsabilidades pela tragédia espelha a profunda cisão partidária nos EUA. Eu tendo a desconfiar da idéia de que era tão fácil assim prever o rompimento dos diques -- por mais que isso tenha sido alertado por uma agência há anos atrás. Não confio muito em responsabilizações "retroativas". Mas parece evidente que, num país rico como aquele, os principais afetados pela tragédia foram os pobres, que não tiveram condições -- financeiras, mesmo -- de atender à ordem de evacuação. O Estado poderia ter atuado para tirá-los de lá, e não o fez. Isso é uma tragédia dentro da tragédia.

Mas existem outras tragédias pelo caminho. Uma delas é a tragédia moral de utilizar um acontecimento desses numa guerra suja ideológica, culpando as vítimas pelo seu infortúnio, como o fez o colunista Olavo de Carvalho em um texto inacreditável publicado no jornal Diário do Comércio.

Vão lá e leiam o artigo. Não existe uma linha que não seja constituída de mentiras, distorções vergonhosas e ódio. Eu poderia aqui refutar muitas coisas, como a história de apenas 25 países terem oferecido ajuda aos EUA (foram mais de 70) ou que o oferecimento de petróleo pela Venezuela foi um ato de zombaria (vários países ofereceram petróleo refinado, pois 20% da capacidade de refino dos EUA está comprometida). Mas quem acompanha o noticiário já sabe disso. Olavo sabe disso, e falseou de propósito.

O que me deixou mais indignado foi o tom nitidamente racista, anti-imigração e de ódio contra a população atingida. Depois de nos "informar", a respeito do povo da Louisiana, que "milhões de desempregados obesos, brindados pela previdência social até com vouchers do MacDonald's, passam as tardes em cadeiras de balanço, nas varandas de suas casas em ruínas, curtindo uma ociosidade deprimente e sem esperança", ele conclui que a culpa por terem sido atingidos pela tragédia é deles mesmos, pois "a cinco milhas da zona que viria a ser atingida, há terra seca, moradias, aeroporto, serviços públicos. A população teve dois dias para salvar a vida. Bastava andar cinco milhas. Ninguém andou". Evidentemente, essa terra da salvação a três horas de caminhada só existe nos sonhos do colunista.

Eu achava, sinceramente, que Olavo de Carvalho era apenas um maluco, alguém que tomou muitas drogas quando era astrólogo, nos anos 70, e nunca mais recuperou a sanidade. Mas ninguém comete maluquices em quantidade exponencial assim. Alguém maluco a esse ponto não conseguiria escrever duas frases coerentes. O que temos é um mentiroso profissional, alguém especializado em repetir falsidades até que pareçam incorporadas à realidade.

A Leila escreveu uma carta aberta ao Smart Shade of Blue parabenizando-o por desmascarar as besteiras ditas pelos blogueiros de direita aqui no Brasil. Ela diz não ter "estômago para fazer o blog watch dessa gente". Não por acaso a mesma coisa acontece comigo. Pois eu percebo que muito do animus desse pessoal vem diretamente de suas leituras de Olavo de Carvalho -- o mais mentiroso, torpe e desonesto colunista de jornal do país.

Bem, existem blogueiros de direita que eu leio e respeito, como o Paulo, o David e o Fileleno, do extinto Alexandrinas. Em relação à maioria dos demais: eu nunca faria o que o Smart e o Ismael fazem, ou seja, comentar as sandices deles. Mas, já que o Jorge Nobre (de quem eu nem sabia a existência até uma semana atrás) diz que eu me recuso a polemizar, eu explico o porquê.

a) não interessa a mim quantos livros tenham lido ou escrito, quantas línguas falem, quão bem escrevam: se tomam como referência um mentiroso nojento como Olavo, não têm qualquer autoridade moral. Sim, estou falando dos Wunderblogs também, entre outros. Eles podem tentar negar que se baseiam no onagro carioca, mas eu li as entrevistas de lançamento do livro-coletânea, viu? Daniel Pellizzari foi o único que negou categoricamente a filiação.

b) os blogueiros de direita são, na maioria, cristãos, mas demonstram atitudes muito pouco pias nos debates do dia-a-dia. Alexandre Soares Silva disse que o Katrina é uma "suburbanada", e gostaria muito de ler o diário de alguém de New Orleans que nem tocasse na questão do furacão -- alguém para quem o voar de uma borboleta fosse mais importante que a morte de milhares de pessoas. O mesmo Alexandre perguntou uma vez se não era cruel imaginar Jesus Cristo como alguém bom, mas totalmente enganado sobre o fato de ser filho de Deus. Para A.S.S., é mais importante ter piedade de alguém que nem sabemos se existiu de verdade do que de milhares de pessoas que existem.

c) a direita internética acha que "ninguém é de direita", pois a verdadeira direita, o verdadeiro e bom liberalismo e/ou conservadorismo, só existe na cabeça dos iluminados que ainda não se sujaram na lama da política. Por outro lado, qualquer pessoa que defenda distribuição de renda ou um papel para o Estado na economia é considerado responsável pelos crimes de Stálin, pelos milhões de mortos do comunismo, etc -- a ponto do já referido Jorge Nobre dizer que sente "prazer" com o "sofrimento físico e moral de um esquerdista" preso numa cela de um país comunista.

d) alguns direitistas demonstram um ódio imenso às pessoas de quem divergem -- chegando às raias do irracional. Um deles, o qual não recordo, disse que teria coisas "úteis" a fazer com "um cano" quando encontrasse uma determinada moça adepta do MST. A proposta nada sutil de estupro foi considerada por ele, numa caixa de comentários do Smart, como apenas "uma piada", e ele não entendeu por que isso poderia ofender as mulheres em geral... Comentários tipo "fulano merece um soco" ou "eu daria um tiro em beltrano" abundam nos blogs de direita.

e) os ataques pessoais por motivos fúteis são muito comuns. Houve um comentador numa caixa dos Wunderblogs que divergiu de alguma coisa que era dito lá, e o fato dele se chamar "Iraque de Tal" foi motivo de galhofa de toda a panelinha de lá. É isso mesmo -- o nome que a mãe do rapaz deu pra ele foi argumento de discussão.

f) em termos de "debate político" a maioria da direita internética é uma negação, pelo simples fato de que eles não fazem debate político. Como consideram que 99% da humanidade é constituída de néscios, e que qualquer pessoa que divirja deles é um idiota ou um mentiroso, sabem que suas idéias malucas a respeito de Estado mínimo nunca serão aplicadas, nem aqui nem em lugar nenhum. Então a melhor saída é fazer gozação de tudo, considerar o Brasil um país 100% ridículo, deplorar por não terem vivido em outra época, etc. Eu pergunto: qual é a utilidade de polemizar com essas caras? Nenhuma. Eles não têm absolutamente nada a dizer para ninguém, a não ser a eles mesmos.

Em resumo: eu não quero saber desses caras porque eles são uns insensatos a quem ninguém leva a sério. E não se amplifica a voz da insensatez.

por Marcus Pessoa, às 21:46 -

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