10 de setembro de 2005
Truculência na Rua Augusta
Uma amiga que trabalha numa livraria da Rua Augusta, em São Paulo, me informa de um acontecimento absurdo: na tarde do dia 7 de setembro, a Guarda Civil Metropolitana passou por lá, apreendeu livros que são tradicionalmente vendidos em banquinhas na rua e prendeu um dos livreiros que os estava expondo.Os guardas disseram que "cumpriam ordens". A Guarda é subordinada ao prefeito de São Paulo, José Serra, e a área da Augusta é de responsabilidade do subprefeito da Sé, Andreas Matarazzo. O livreiro estava com sua barraca montada próxima ao Espaço Unibanco de Cinema, e os freqüentadores presentes tentaram interceder para impedir a apreensão e a prisão, o que foi inútil.
A exposição e venda de livros nos finais de semana e feriados é feita há bastante tempo na área, e os livreiros têm um público fiel. A truculência dos milicianos deixou revoltados os que trabalham e freqüentam a rua. Um ato público de protesto está programado para o dia 17 de setembro próximo, das 17 às 19 horas, no Espaço Unibanco.
O que dizer de um país onde vender livros pode dar cadeia?
por Marcus Pessoa, às 23:31 -