19 de abril de 2006
Pânico no mundo emo
Se você nunca ouviu falar dessa banda de Las Vegas, Panic! at the Disco, prepare-se, pois em breve eles vão estar em alta rotação por aqui.
Enquanto o disco novo de Morrissey não será lançado no Brasil esse ano, o trabalho de estréia do P!ATD já está em pré-venda no Submarino. A banda é uma sensação lá fora, e se eu fosse executivo de gravadora já teria lançado o disco há muito tempo, pois dá pra sentir de longe o cheiro de coisa vendável.
Não estou dizendo que o disco é ruim. Na verdade ele é bem interessante. Superficialmente pode até lembrar aquele punk-pop padrão MTV (como o abominável Simple Plan), mas a banda tem o que falta a seus congêneres: humor, carisma, melodias vibrantes e arranjos com combinações inusitadas (batidas eletrônicas, por exemplo). Os títulos das músicas são quilométricos, como "The only difference between martyrdom and suicide is press coverage" e "Lying is the most fun a girl can have without taking her clothes off" :^)
A gravadora está vendendo o disco como se fosse emocore, o que suscita algumas questões -- a primeira delas, de que o P!ATD não é emocore.
Esse gênero, aliás (emotional hardcore), não é nada mais que um rótulo, afinal é um som estritamente punk, mas com letras "sensíveis" e não politizadas. Não é um estilo musical, mas a expressão de uma tribo urbana -- que tem se disseminado bastante no Brasil, inclusive.
Quando comecei a ver no Orkut dezenas de comunidade pró e contra os emos, fiquei meio perdido, pois não tinha a menor idéia do que se tratava. Eu nunca conheci pessoalmente um emo! Só entendi que era um pessoal levemente parecido com os góticos, que usava franjinhas no cabelo, munhequeiras, gravatinhas, e cujos integrantes masculinos não se importavam de se beijar em público. Esse artigo de Luís Antonio Giron me explicou melhor a coisa. Tem também essa matéria pautada por ele na revista Época.
As bandas emo mais conhecidas (o já citado Simple Plan, My Chemical Romance, Good Charlotte e a brasileira CPM 22) tocam direto na MTV e são profundamente desinteressantes. Duvido que alguém com mais de 17 anos possa achar (como os emos acham) que a sensibilidade exagerada e a exposição dos sentimentos em público seja algo transgressivo ou revolucionário.
Como vocês podem ver na foto, o P!ATD se adequa ao figurino da tribo, e uma certa proximidade do som granjeou simpatia entre os emos, que já estão apavorados com a possibilidade da banda virar "modinha", e que desse jeito eles vão "até tocar na MTV". Hahaha. Resistence is futile, guys.
The Only Difference Between Martyrdom and Suicide is Press Coverage
(Panic! at the Disco)
Sit tight, I'm gonna need you to keep time
Come on just snap, snap, snap your fingers for me
Good, good now we're making some progress
Come on just tap, tap, tap your toes to the beat
And I believe this may call for a proper introduction, and well
Don't you see, I'm the narrator, and this is just the prologue?
Swear to shake it up, if you swear to listen
Oh, we're still so young, desperate for attention
I aim to be your eyes, trophy boys, trophy wives
Applause, applause, no wait wait
Dear studio audience, I've an announcement to make:
It seems the artists these days are not who you think
So we'll pick back up on that on another page
And I believe this may call for a proper introduction, and well
Don't you see, I'm the narrator and this is just the prologue
Swear to shake it up, if you swear to listen
Oh, we're still so young, desperate for attention
I aim to be your eyes, trophy boys, trophy wives
Swear to shake it up, you swear to listen
Swear to shake it up, you swear to listen
Swear to shake it up, you swear to listen
Swear to shake it up, swear to shake it up
Swear to shake it up, if you swear to listen
Oh, we're still so young, desperate for attention
I aim to be your eyes, trophy boys, trophy wives
Swear to shake it up, if you swear to listen
Oh, we're still so young, desperate for attention
I aim to be your eyes
por Marcus Pessoa, às 15:35 -