18 de maio de 2006
A polícia está matando gente inocente
[atualizado] Não que seja defensável matar criminosos, mas a gente sabe como funcionam esses "arrastões", como o que a polícia de São Paulo está fazendo na periferia da cidade. Qualquer pessoa que pareça "suspeito" é passível de ser assassinado, mesmo que não tenha nada a ver com a história.Acabou o terror da classe média. Começou o da classe pobre.
O blog do Ferrez publica depoimento desesperado:
"Atenção a todos os amigos. Apelo a todos que acompanham esse blog, que nos ajudem a dizimar o que está acontecendo. A Polícia Militar e a Polícia Civil, afetadas com a onda de matança, estão fazendo da nossa periferia um estado pra lá de nazista, já são mais de 100 "suspeitos" assassinados, e nenhum deles é PCC.
Só de colegas, foram mortos 4, isso pra não contar os que estão no hospital. Nenhum deles tinha passagem, por isso apelo para que divulguem a real de que o acordo não foi feito com o povo, o povo tá morrendo, sendo baleado pelas costas, ao entregar pizza, ao voltar para casa.
A polícia covarde, treme perante o olhar do ladrão, mas mata sem dó quem está simplesmente voltando para casa. Isso é uma vergonha, e se é o trabalho deles, tá na hora da gente fazer o nosso, reagir com cidadania, mostrando que não queremos essa matança. Lei marcial para pobres inocentes foi decretada".
[update] Comentário do André na caixa desse post:
Um conhecido de uma colega do trabalho morreu na madrugada de anteontem, morto pela polícia. Ele não tinha qualquer tipo de ficha policial ou envolvimento com a criminalidade, e segundo informações de familiares, estava apenas jogando bilhar num bar da periferia, no bairro do Capão Redondo.
[update 2] A Vanessa indicou essa excelente entrevista do Ferrez na Agência Carta Maior.
Que uma grande parte dos comentários dos leitores do site, que é claramente de esquerda, defenda a matança cometida pela polícia, é mais um aviso pra não ter fé na humanidade.
Ou então, a entrevista chegou a ser linkada na home do UOL, atraindo a atenção das pessoas comuns e sua burrice espalhafatosa.
por Marcus Pessoa, às 15:06 -