19 de setembro de 2006
Blogolândia no divã
Paulo Polzonoff encerrou mais uma vez as atividades de seu blog (tá parece aquelas turnês de despedida dos Ramones, todo ano tinha uma). Até aí tudo bem, o que me deixou um pouco chocado foram algumas das justificativas:Os blogs, por conseqüência, também se vulgarizaram. No começo éramos uma espécie de casta. Todo mundo conhecia todo mundo. Havia uma comunidade, por assim dizer. Depois os blogs incharam. Todos diziam (dizem) a mesma coisa. Simplesmente não vejo motivo para ser mais um na multidão.
Carlos Cardoso, do Contraditorium, respondeu com tanta precisão que basta citar e assinar embaixo:
Você se destacou, você foi uma referência. Será que não ser a ÚNICA referência é o problema? Eu entendo o conceito de Onipotência (ao menos como aspiração) mas será que podemos nos dar ao luxo de sermos um Deus Bíblico, ciumento e vingativo? Os tempos são outros, o panteão aumentou, temos que conviver com adoradores dividindo sua fé entre nós e outras divindades, meu caro.
Polzonoff é um grande cara, mas eu acho triste que parte da primeira geração de blogueiros esteja desistindo porque "todo mundo tem um blog" (César Miranda, com quem eu não concordo em nada mas acho brilhante, também falou algo parecido em sua crônica de despedida).
Fica parecendo os fãs daquela banda de rock obscura que deixam de gostar dela quando começa a tocar no rádio.
Acho bem mais simpático quando Denise Arcoverde diz que todos podem ter um blog, e demole os falsos motivos que as pessoas apresentam para não tê-lo:
1. "Não tenho nada pra falar". Duvido. Todo mundo tem algo a dizer, basta botar um microfone ou um blog nas suas mãos e sempre tem quem pára pra ler. Precisa ter persistência, paciência, não escrever pensando em ter público e, aos poucos, ir formando sua rede de amizades.
Essa é uma das visões da coisa, e a blogolândia é a imagem da diversidade.
por Marcus Pessoa, às 15:50 -