16 de setembro de 2006
Pato ômega
O no mínimo já foi um site legal. Inspirado no falecido no.com.br, publicava todo dia umas duas ou três matérias interessantes, além de abrigar o ótimo Weblog do Pedro Doria. Foi nas caixas de comentários deste, por exemplo, que eu fiz amizade com a Leila e com o Fernando.Mas tudo que é bom dura pouco. Uma malta de tipinhos reacionários invadiu as caixas do Pedro, usando nomes falsos e destilando todo tipo de ódio e preconceito, sob uma capa de falsa erudição. Posteriormente, o site se transformou num portal de blogs, o que pareceu "moderno" mas apenas mascarou a falta de investimento em reportagens, que eram o forte da antiga proposta.
O blog Política e Cia. virou veículo oficial da campanha de Geraldo Alckmin, e outros tucanos de vistosa plumagem respondem pelo Ponte Aérea Rio e pelo Nonsense. Apenas Xico Sá contrabalança a história, no Ponte Aérea SP, dando porretadas no senso comum da classe mérdia paulistana.
A pá de cal na credibilidade do site foi esta notinha surreal publicada por Xico Vargas, onde ele narra como verdadeira uma história de assalto em cinemas de um shopping Iguatemi, lenda urbana que percorre as caixas de e-mails brasileiras há anos.
Que o próprio Pedro Doria tenha caído num bem urdido golpe do Cocadaboa (e por isso apelidado de "pato alfa"), é compreensível, afinal Mr. Manson é expert em enganar os outros. O que não dá pra entender é como alguém que trabalha com jornalismo online toma como verdadeira uma notícia velha e mentirosa. É o autêntico pato ômega, enganado depois de todo mundo.
O incompetente desculpou-se depois, alegando que a fonte da notícia "insiste na sua veracidade". Das duas uma: ou isso é mentira e ele não quer reconhecer que não distinguiu uma corrente de e-mails de uma mensagem real, ou é verdade e ele não checa as informações antes de publicar. Em ambos os casos, pega muito mal, e explica por que o "no mínimo" tornou-se pra mim apenas leitura ocasional.
por Marcus Pessoa, às 08:01 -