22 de setembro de 2006
Quem sabe, canções de amor
Quando o Dr. Watson conhece Sherlock Holmes, descobre que o detetive tem conhecimento zero em astronomia. Após saber os nomes dos planetas do sistema solar, Holmes responde: "agradeço, mas agora farei o possível para esquecer disso imediatamente".
Eu que gosto de fuçar novas bandas de rock, adoto essa estratégia de amnésia seletiva. O cérebro não processa tanta informação despejada diariamente. O disco é apenas interessante, mas não emocionou? Tchau.
Por isso, em vez de apresentar mais uma das salvações do rock de sempre, prefiro falar de novo de The Upper Room, a melhor banda desconhecida da atualidade.
Mesmo entre os blogueiros há pouca gente que os cite. E no entanto, há tempos eu não escutava um disco que perseguisse com tanto afinco o pop perfeito, e chegasse tão próximo dele. Other People's Problems, o trabalho de estréia, é uma coleção de belas canções de amor, cada uma, um single em potencial.
Eu fico pensando... nos Smiths, pois é. Johnny Marr estava pouco se lixando em ser revolucionário, queria apenas alcançar o acorde certo na hora certa. The Upper Room também, tanto que se define em seu site oficial como "quatro jovens de Brighton com uma missão muito simples: criar álbums clássicos, as mais puras canções pop, e roubar seus corações".
Deste coração velho de guerra, eles já tomaram posse.
(clique no título para ouvir)
The Centre
(The Upper Room)
On the last day of the year
In the garden, very clear, but what I fear
Is that I'm losing what I held dear
But my goal is nothing at all
They said it's pathetic
But I won't forget it
She was the centre
You're taking me
Towards the centre of my old life
Take an issue or a truth
Go and shout it from the roof
People call it self-abuse
But my goal is nothing at all
They said it's pathetic
But I won't forget it
She was the centre
You're taking me
Towards the centre of my old life
(Don't talk about it)
por Marcus Pessoa, às 01:21 -